foto por X e Breno Altman
BRENO ALTMAN numa pequena crônica acena um adeus ao Paulo Frateschi,homem raro na luta contra a ditadura.Foi imbatível nessa luta e na fundação do Partido dos Trabalhadores.
Perdemos um ser humano de grandeza imensa e ironicamente sua morte se deu por um desfecho de um filho , que , creio, o amava, o contraditório e o perverso afloram vez ou outra em nós humanos sem justificativa ou por alimentação inconsciente.A vida e sua indecifrabilidade
O mundo atravessa ou sempre atravessou essas contradições;é preciso entender , mesmo chorando ou não, as idiosincrasias da vida.Esta será sempre um enigma que pennsamos saber decifrá-la, mas não o sabemos,não canso de repetir.
O homem é um ser maluco e que titubeia nas suas frações de momentos e circunstãncias.Precisamos ter cuidado, quando possível de sempre pensarmos para não contraditar os bons afetos, numa perspectiva Spinozana.
Nosso abraço aos familiares e só no resta seguir rumo ao futuro sem ter um coração e pensamento seguros, mas dizendo e pensando que a Vida de cada dia tem que ser vivida, mesmo em lotes de pequenos grupos ou bolhas
Faço aqui menções indiretas,paródias, a vários poetas: Clarice,J Cabral e Pessoa.
|E se de tudo fica um pouco, como disse Drummond , porque não não ficaria uma montanha imensa de Paulo Frateschi, vai Paulo e mesmo a ultima tampa do seu caixão não anulará sua visão ode esperança que o homem pode ser um ser mais civilizado, de afetos e ternuras para erguer-se um mdo de vida compatível á uma democracia humana e da poesia do pão nosso de cada dia, ao menos.Paulo Vasconcelos
ADEUS A PAULO FRATESCHI
Despedir-me de Paulo Frateschi é uma tarefa que machuca o coração e convoca a memória.
Falar dele é evocar uma geração que acreditou, com todas as forças, que o Brasil podia ser justo, livre e solidário.
Nascido em 1950, Paulo cresceu sob o peso da ditadura e escolheu, sem hesitar, o caminho da resistência.
Foi militante, organizador e intelectual orgânico da esquerda brasileira — daqueles que nunca separaram a teoria da prática, a coragem do afeto, a luta do companheirismo.
Nos anos mais duros do regime militar, Paulo foi presença firme e generosa nas trincheiras da resistência democrática. Soube enfrentar o medo, o isolamento e a perseguição com serenidade e firmeza, guiado por uma ética de compromisso que marcou toda a sua vida.
Quando o país despertou para a redemocratização, ele foi um dos que souberam transformar a esperança em projeto político, ajudando a erguer, tijolo por tijolo, o Partido dos Trabalhadores como instrumento histórico das forças populares.
Paulo acreditava que a política era, antes de tudo, uma pedagogia da emancipação. Ensinou com paciência, discutiu com paixão, ouviu com humildade.
Foi um formador de gerações, um dirigente que via mais longe, um camarada que jamais abandonou a ternura. Sua vida foi uma escola de coerência, e sua partida nos desafia a estar à altura desse legado.
Hoje, o Brasil que ele sonhou continua em disputa. Mas se há esperança, é porque homens como Paulo Frateschi mostraram que a dignidade pode ser uma forma de militância.
Ele partiu, mas sua voz, sua doçura combativa, seu exemplo permanecerão conosco — lembrando-nos de que a luta vale a pena, mesmo quando o horizonte parece distante.
Adeus, querido Paulo. Seguiremos teu caminho com a mesma fé na humanidade que iluminou toda a tua vida.
Paulo Frateschi presente, hoje e sempre!
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