Aprender a aprender deveria ser o lema,entretanto, as elites do brasil atrasado,falastrões, ou caladões - no seu teatro de múmias advindos-os de norte ao sul :das Farias Lima,do Rio, Minas , do agro- do brasil central, do Amazonas, do Nordeste,mandam neste país como ninguém,Raros a contar nos dedos são o contrário.
Reitores,por incrível que pareça,aliam-se a aqueles.
Eles mandam, coibindo verbas, tentanto comprar as universidades ou dando esmolas,para que estas universidades trabalhem para elas.
Multinacionais das bigtechs já invadiram algumas, como USP e outras do interior.
Reitores Bolsonaristas ajudam a explosão das Universidades , como muitas já citadas aqui em outras matérias , como as do interior de São Paulo.
LEIA ABAIXO O TEXTO DE JOÃO CARLOS SALLES ,que chegou as minhãs vistas:
AS ELITES QUEREM O FIM DA UNIVERSIDADE PÚBLICA
Joao Carlos
Salles
Professor de Filosofia
FFCH-UFBA
1. É claro o projeto
das elites conservadoras para a
universidade. Com rara felicidade, a Falha de S. Paulo o sintetizou no Editorial "Nao haveR dinheiro que baste para universidade publicas",
de 23 de maio de 2025, reagindo
ao manifesto conjunto da
Academia Brasileira de Ciencias (ABC) e da Sociedade Brasileira para o Progresso das Ciencias (SBPC) - que, com
plena razao, mostraram que o contingenciamento ora definido pelo govemo federal
favorece o desmonte da universidade publica em nosso pais.
Os redatores da Falha sao competentes. Eles
sao capazes de enunciar, em
poucas linhas, toda a pauta reacionaria, que
nao associa a universidade a um projeto de na9ao verdadeiramente democratica. Sem duvida, com seu
modo caracteristico de simular a apresentão de argumentos em
texto tao somente eivado de
preconceitos, a Falha de S. Paulo mostra que tern lado. E verdade que ainda o faz sem as surpreendentes bravatas de um Trump, mas ela nao esta mais muito distante
da ret6rica dos govemos anteriores. Assim, ao condenar o "tom catastrofista" do manifesto da ABC e da SBPC,
assume ela pr6pria um requentado tom catastrofista, bastante
digno de Bolsonaro.
No Editorial, as universidades aparecem como um projeto fracassado e caro, um inútil por sem fundo, no qual, ademais, servidores docentes e tecnicos atrevem-se a fazer greves,
tendo o condenavel beneficio
da estabilidade. Para começo de conversa, a Falha considera a universidade uma repartição publica
qualquer, que não teria
dignidade pr6pria nem mereceria ser protegida das
intempéries da economia. As
universidades, afirma o Editorial, sao
meros "exemplos de
distorções e vícios da gestao publica".
Ja vai longe aqui o momento em que ate a Falha reconhecia o valor das
universidades, por exemplo, no combate a pandemia.
As bandeiras reacionarias parecem brotar como se fossem 6bvias, expressando
preconceitos ignorantes em letra de forma: fim da estabilidade dos professores, da gratuidade do
ensino e, sobretudo, da
garantia do financiamento público
da educa9ao superior - medidas que
sabemos inconsistentes, mas podem ter grande apelo ret6rico. Em
suma, para a Falha et caterva, a universidade parece mais abjeta que o pr6prio obscurantismo. Com efeito,
a pr6xima campanha
eleitoral come9a, e o lugar de
produ9ao da pesquisa e do conhecimento no Brasil deve tomar-se um
alvo a ser desmontado: "Trata-se
de um modelo custoso, iniquo
e de baixo incentivo a eficiencia, defendido a base de discurso
ideol6gico e pratica corporativista".
2.
Temos indícios
positivos de que a reacão do Presidente Lula vai em outra direção. A nota da ABC
e da SBPC, em vez de lhe
provocar engulhos como a Falha,
parece suscitar o aceno de que Lula recebera os reitores e que, entao, podera
ate anunciar a suspensao do contingenciamento para as universidades federais.
Nao poderíamos esperar outra atitude. Nesse caso, caso se confirme, fica a liçãao para aqueles que pensam ajudar o atual governo evitando qualquer critica. Amobilização decidida e a crítica necessária ajudam nossos governantes a não seremtragados pelas pautas reacionarias. Com isso, nossos louvores a ABC e a SBPC, bem como a quantos vocalizam a luta, tanto urgente quanto de longa durçaão, em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.
Com justa alegria, reitores
ja comemoram nos bastidores. Nao obstante o
possível alivio, parece
que essa boa e justa acolhida
esta longe de significar uma autentica guinada nos rumos
das prioridades nacionais. Que o governo Lula ãao
sacrifique as universidades e algo que esta a altura de sua hist6ria, de seu melhor legado, pois sua politica fez
expandir a rede de universidades por todo pais e permitiu o acesso
ao ensino superior
de muitos outrora
sistematicamente excluidos. Faz,
então, muito bem o líder
que acolhe, mas não para refrear
uma luta ainda mais ampla e
franca pelos valores mais elevados que, alias, no momento, somente
ele pode representar.
Que os atores da cena universitária leiam os
sinais. As aguas se dividem, os
campos se desenham. Nesse cenario de grande confronto
entre projetos opostos
de nacão, não há de bastar o mero alivio das dores agudas das
nossas instituicões. Reitores não
podem contentar-se com sobreviverem a seus próprios mandatos, mesmo com eventuais
conquistas e algumas
inauguracções. Afinal de contas, esta em jogo o destino da universidade. Assim, nao basta remediar, e preciso
curar um male combater uma narrativa, cabendo a ANDIFES uma
resposta firme ao Editorial da Falha.
É preciso, pois, deslocar a educacão pública para o lugar de
prioridade nacional, de sorte que ela
contribua, inclusive, por seus essenciais servic;os a nossa
nac;ao, para afastar de forma duradoura
os insistentes fantasmas do obscurantismo.
Lula deve agir
nesse momento de urgência, e os reitores devem, sim, celebrar sua atitude. Mas é preciso mais. A mobilização nao pode parar nos gabinetes, uma vez
que o governo Lula e as universidades nao podem fechar os olhos
para a dimensão do ataque, nem recusar esta
oportunidade para afirmar, perante a sociedade,
a bandeira da educação. Se as soluções não forem de grande monta, se nao implicarem
uma autêntica redefinicção das prioridades nacionais, estaremos oferecendo para uma luta ideológica de largo espectro apenas uma saída passageira e insuficiente, porquanto marcada por sua imediatez e tibieza.
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